A elaboração de um projeto de redes FTTH (Fiber to the Home) é uma etapa indispensável para iniciar a atuação como provedor usando fibra óptica. Apenas com um bom projeto, é possível dimensionar o investimento financeiro necessário, a área de atuação, analisar a concorrência, estruturar a rede na área, saber quais equipamentos vai precisar, além de outros pontos importantes.
Quando o projeto de redes FTTH não é realizado da maneira correta ou não é realizado, partindo para a execução sem planejamento, o provedor sofre diversos riscos e pode cometer erros irreversíveis.
É comum que, por falta de conhecimento, empreendedores que estejam começando um provedor tenham dificuldades nesse processo. Por isso, levantamos aqui os principais erros que iniciantes podem acabar enfrentando ao não elaborarem um projeto de redes FTTH adequadamente.
Se você está montando um provedor, ou até mesmo deseja expandir a sua rede, confira este conteúdo e entenda a importância de realizar um projeto completo para garantir um perfeito andamento do seu negócio e não ter problemas futuros relacionados às redes FTTH.
5 consequências de não elaborar um projeto de redes FTTH da forma correta
1. Gastar mais em equipamentos
Quando o projeto de redes FTTH não é realizado, há muitas chances de o provedor acabar usando mais equipamentos do que era realmente necessário.
Por exemplo, quando é feito o projeto, há uma definição da área de cobertura, com quantos clientes o provedor quer atender em cada rua e o posicionamento dos postes. Com base nesse mapa, é possível definir por onde vão passar os cabos do projeto, traçando a rota para que se gaste a menor quantidade de equipamentos possível, sem afetar o funcionamento.
Já quando não é feito o planejamento, essa economia se torna impossível porque a rota dos cabos não foi previamente definida. Então, desconsiderando o posicionamento dos postes e o número de clientes a serem atendidos, a tendência é usar mais equipamentos.
2. Não ter o alcance desejado no sinal
Outro grande problema de não realizar o projeto de redes FTTH da forma correta é em relação ao alcance do sinal. Quando os cabos são passados de maneira aleatória, sem planejamento, pode acontecer de o sinal ficar atenuado nas áreas mais distantes.
Funciona assim: quando o provedor trabalha com fibra óptica, ela envia um sinal de luz que, à medida que vai se distanciando da rede, vai diminuindo. Ou seja, conforme vão tendo fusões, essa luz vai enfraquecendo a ponto de o equipamento nem reconhecer mais o sinal, e o provedor não conseguir atender nenhum cliente.
Por isso a elaboração do projeto é tão importante, planejando todos os equipamentos que serão necessários para garantir o melhor sinal para os seus clientes.
3. Montar CTOs muito espaçadas ou muito próximas
A falta de um projeto de redes FTTH também impacta as CTOs (Caixas de Terminação Óptica), que têm a função de acomodar os splitters, fusões de fibra e/ou conectores para a distribuição de cabos drop. Esse impacto está ligado a uma taxa de penetração inadequada, que é a determinação de quanto a rede atenderá a determinada área de cobertura.
Quando a taxa de penetração é muito baixa, abaixo de 30%, as CTOs ficam muito espaçadas e lotadas, levando a um consumo excessivo de cabo drop. Já quando a taxa de penetração é acima de 50%, as CTOs ficam próximas demais, levando a uma aglomeração, sendo necessária uma quantidade maior de fibras nos cabos. Dessa forma, além de exigir alto investimento inicial na infraestrutura, o desempenho fica a desejar.
Portanto, é muito importante que o provedor realize um estudo de campo para determinar a taxa de penetração ideal, que geralmente é em torno de 50%.
4. Ter problemas nas rotas dos cabos
Um planejamento de redes FTTH mal elaborado também pode gerar problemas nas rotas dos cabos. O provedor pode ter muito retrabalho e até mesmo limitação do sinal para algumas áreas estratégicas. Por isso, as rotas dos cabos devem ser planejadas tão logo forem feitas as pesquisas de mercado, a escolha da tecnologia e a topologia da rede.
Ao definir a área de cobertura, é importante marcar a quantidade de residências por lote e a localização dos postes. Isso auxilia o processo de criação das rotas dos cabos, considerando “atalhos”, caso haja ruas interligadas, por exemplo, para que o projeto use uma quantidade menor de materiais.
5. Limitar o atendimento e a expansão
Quando o projeto de redes FTTH é dispensado, uma das consequências mais prejudiciais é a dificuldade para expandir a rede no futuro, tanto em número de assinantes quanto em largura de banda. Isso porque pode acontecer de não existir possibilidade de aproveitar a estrutura já montada, como desmontar e refazer a rede inteira ou até mesmo montar uma rede secundária, acima da rede existente.
Portanto, é preciso pensar no futuro. Mesmo que não haja intenção de desenvolver a rede neste momento, é recomendado que o projeto seja feito com base em uma área maior. Dessa forma, fica mais fácil expandi-la.
Autor:Gabriel Ferraudo
fonte:https://www.cianet.com.br/
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