NIC.br, entidade responsável pelo registro de endereços IP no Brasil, anunciou na manhã desta terça-feira que o estoque de endereços IPv4 para a região da América Latina e Caribe chegou ao fim.
Minha internet vai parar de funcionar? Os escritórios das operadoras brasileiras vão explodir? A Skynet vai acordar? Calma, não é nada disso.
Como o estoque de IPv4 acabou, as empresas da América Latina e do Caribe precisarão implantar o IPv6 em suas redes. No Brasil, 68% das organizações já alocaram seus blocos IPv6, de acordo com o NIC.br, mas ainda será necessário substituir os equipamentos dos clientes, como modems e roteadores, por exemplo. Isso não será feito de uma vez só: a transição será gradual e acontecerá nos próximos anos.
Endereços IPv4 recuperados e a lista de espera
Apesar de termos acabado, continuaremos a recuperar endereços IPv4 no futuro. Eles virão de organizações que fecharam os negócios ou estão fechadas, ou de redes que retornam endereços de que não precisam mais. Esses endereços serão alocados aos nossos membros (LIRs) de acordo com sua posição em uma nova lista de espera que agora está ativa.
Embora, portanto, esperemos alocar o IPv4 por algum tempo, essas pequenas quantidades não chegarão nem perto dos milhões de endereços que as redes de nossa região precisam hoje. Somente os LIRs que nunca receberam uma alocação IPv4 do RIPE NCC (de qualquer tamanho) podem solicitar endereços da lista de espera e são elegíveis apenas para receber uma única alocação / 24.
Os LIRs que enviaram uma solicitação IPv4 podem ver sua posição na lista de espera no Portal LIR. Também foi publicado um novo gráfico que mostra o número de solicitações na lista de espera e o número de dias que o LIR na frente da fila estava aguardando.
Nos últimos anos, vimos o surgimento de um mercado de transferências IPv4 e um maior uso da CGNAT (Carrier Grade Network Address Translation) em nossa região. Existem custos e compensações com ambas as abordagens e nenhuma resolve o problema subjacente, que é o fato de que não há endereços IPv4 suficientes para todos.
Sem a implantação em larga escala do IPv6, corremos o risco de seguir para um futuro em que o crescimento da Internet é desnecessariamente limitado – não pela falta de engenheiros de rede, equipamentos técnicos ou investimentos qualificados -, mas pela falta de identificadores de rede exclusivos. Ainda há um longo caminho a percorrer, e pedimos a todas as partes interessadas que desempenhem seu papel no suporte à implementação do IPv6.
Estamos otimistas e animados para ver o que o próximo capítulo trará. Então, vamos trabalhar – e juntos, vamos moldar o futuro da Internet.
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